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terça-feira, 13 de agosto de 2013

Por que faltam missionários? Contando a História

Por que faltam missionários? Contando a História
Entre os dias 30 de Julho e 1 de Agosto deste ano, os Batistas Nacionais, denominação à qual pertenço, reuniram-se em mais um ajuntamento solene. Na bela cidade de Águas de Lindoia, celebramos a XXVII Assembleia da Convenção Batista Nacional.
Com quase 50 anos de história, os Batistas Nacionais podem ser caracterizados por uma liberdade de expressão carismática e pela defesa do Evangelho Bíblico. Mas esta, talvez, seja apenas uma das características desta denominação que abriu caminho para o Movimento de Renovação Espiritual que atingiu o Brasil na década de 60.
Entretanto, antes que você pense que se identificar sob a bandeira de uma denominação seja fanatismo, considere o desenvolvimento das crianças. Desde a tenra infância os pequenos aprendem quem são seus pais, quem são seus avós, onde moram, como vivem, a forma como se relacionam, o que comem, vestem etc. Assim começam a entender quem são e de onde vem. Contudo, o processo de desenvolvimento cognitivo é complexo demais para ser retratado em poucas palavras. Mas ainda que não estejamos conscientes, a formação do caráter, da personalidade e identidade de uma pessoa começa a partir da sua herança genética, sociocultural e do meio em que vive. Portanto, uma família estruturada é a garantia de um desenvolvimento saudável. O contrário, porém, pode indicar a formação de uma pessoa sem referências que pode bem desenvolver uma crise de identidade que afetará toda a sua vida.
O mesmo serve para nós como povo e como igreja. Para saber quem somos e para onde queremos ir, é necessário que conheçamos nossa herança e história. E mais do que isso: o conhecimento da história promove um desenvolvimento e crescimento saudável à igreja.
A Igreja e a Falta de Identidade
Historiadores e cientistas sociais, apontam que a crise ou falta de identidade de um povo origina-se na sua falta de memória e respeito pela história. Infelizmente, o repúdio pelo passado é característica da sociedade contemporânea. Atinge culturas, instituições das mais diversas e não é privilégio da igreja.
A Igreja está em crise? O que tudo isso tem a ver com a Missão? 
Quando falamos sobre a Igreja não devemos generalizar, pois ela é formada por diversos segmentos que enfrentam seus próprios desafios. Mas ao mesmo tempo, a “cultura gospel” nos transformou numa rica e única fatia consumidora da sociedade. Ainda assim, é possível perceber que denominações históricas que aparentemente conseguiram manter-se fiéis as suas “tradições e marcos” são as que hoje menos sofrem com a falta de identidade do seu povo. Note, todavia, que muitas sofreram com a evasão de membros, divisões ou apenas deixaram de crescer expressivamente como fizeram os neo pentecostais.
Verificou-se também que apesar da queda, o número de missionários e projetos bem como o alvo de missões e contribuições manteve-se em equilíbrio e em alguns casos até cresceu. Mas nada, nem de longe, que se compare em proporção ao crescimento da igreja evangélica brasileira.
Não deixe de contar a História! 
Contar histórias é uma tradição milenar em muitas sociedades primitivas. Em muitos casos, este era o único meio de aprendizagem e socialização. Com o passar do tempo e o desenvolvimento da tecnologia, muitas destas culturas pararam de contar sua história. O que aconteceu a seguir foi o progressivo desaparecimento de suas características culturais.
A falta de identidade provoca o desaparecimento de um povo ou de uma cultura. E a falta de História deixa um povo sem perspectiva. Este por sua vez, para sobreviver, acaba sendo engolido pela cultura mais forte.
A História Batista Nacional é essencialmente missionária. Nossos pioneiros não desejavam fundar uma denominação, mas seus corações ardiam pela pregação da Palavra e implantação de igrejas. Muitos sacrificaram a vida, famílias e filhos para que em todo o Brasil e fora dele, este sonho fosse realizado. Com o passar do tempo, contudo, assistimos a queda do ardor missionário, especialmente o transcultural. O que explica isso? Pode ser que em algum lugar do passado alguém deixou de contar esta História. O que fez nascer uma geração inteira que não conhece e nem se orgulha do seu passado missionário. Ao contrário, sua teologia é formada nos “shows” e nos palpites das “celebridades Gospel”.
Definição de identidade é questão de sobrevivência. Quem dera fosse fácil fazer isso em prol da “saúde” das nossas igrejas. Não somente em prol da obra missionária.  Só que para isso é preciso retornar à História. Não estou dizendo que é preciso viver o passado ou repeti-lo. Mas é necessário entende-lo e ensiná-lo. Ouvi-lo e em alguns casos, retomá-lo. Assim vamos entender quem somos de onde viemos e para onde vamos. Façamos isto pela saúde dos pequenos, dos jovens e dos crentes de todas as idades. Quem sabe assim o compromisso missionário aumente e a Missão se desenvolva a partir de nós para todo o restante da terra!
Sobre mim… 
Queridos, até o final deste mês estarei, segundo orientação de minha liderança, assumindo um projeto no Brasil. O trabalho na fronteira bem como em todo o Oriente Médio continua. Mas não será agora que poderei retornar para lá. Espero poder contar com sua oração pois nos próximos dias estarei mudando de cidade para que minha mãe seja melhor cuidada perto da família. Estamos bem e nos organizando para a próxima fase do projeto. Contudo, a decisão final é do Senhor. Por favor, orem por mim nestes próximos dias de definições.  Orem pelo fim da guerra e por salvação!
Um abraço da sua irmã,
Raquel Elana
Membro da Primeira Igreja Batista de Brasília
Missionária da Junta Administrativa de Missões da Convenção Batista Nacional

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